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2 de julho de 2010

Como anda o Punto com os novos motores 1.6 e 1.8

Aceleramos o hatch da linha 2011 que deixa de lado o 1.8 de origem GM
Hairton Ponciano Voz, de Curitiba
  Divulgação
Fiat Punto 2011

O Punto sempre foi elogiado pelo estilo, mas sempre foi criticado pelos motores. Afinal, o 1.4 não oferece desempenho à altura do hatch desenhado por Giugiaro. O 1.8 de origem GM até que oferece performance razoável, mas é ruidoso e gasta muito. O 1.4 turbo é ótimo, mas é caro. A partir da linha 2011, porém, quase todos os problemas acabaram. Quase, porque o 1.4 de 86 cv (álcool) vai continuar oferecendo seu desempenho mediano. Para se ter uma ideia, a Fiat ainda não equipou o modelo com a versão 1.4 Evo (88 cv), que estreou no novo Uno. O T-Jet vai continuar caro (R$ 64.670) e vendendo pouco. Mas o 1.8 Powertrain (113/115 cv) deu lugar a duas opções muito mais modernas.
A Fiat lançou os dois primeiros motores da família E.torQ: 1.6 e 1.8, ambos de 16 válvulas. No mesmo pacote, apresentou também o câmbio Dualogic, que passa a ser oferecido nas versões com motor 1.8. Assim que saí ao volante do Punto Essence 1.6 16V, percebi que o nível de ruído está bem baixo, e muito menor que o do 1.8 atual. O modelo de 117 cv com álcool (115 com gasolina) mostra bom desempenho e pouca vibração (outro defeito do 1.8 Powertrain). A marca enfatiza que este é o 1.6 flex mais potente do mercado (o Kia Cerato e o Soul têm 126 cv, mas bebem apenas gasolina).
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A capacidade de aceleração pareceu bem aceitável, mas desde que a rotação esteja acima de 2.000 rpm. Como é comum em motores de 16 válvulas e comando fixo (no caso do Fiat, há apenas um eixo), falta um pouco de força em baixas rotações. Por isso, ao passar por uma lombada em segunda marcha, por exemplo, o motorista pode sentir um momento de hesitação na reaceleração.
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Afora isso, o comportamento agrada. O câmbio manual mostrou o bom engate de sempre, o volante é bem ergonômico e a suspensão absorve bem as imperfeições do piso. A meu ver, o Punto é um carro confortável até demais. Poderia ser um pouco mais firme, e se possível com menos rolagem da carroceria nas curvas, mas isso não chega a comprometer. Na média, esse acerto agrada à maioria, sem prejudicar a estabilidade. No mais, pouca coisa mudou, como já publicamos ontem. A padronagem dos tecidos é nova, assim como o grafismo do quadro de instrumentos e o desenho das rodas e calotas. A antena no teto encurtou, e foi só. A Fiat divulga 0 a 100 km/h em 10,5 s e 182 km/h de máxima (álcool). O consumo declarado é de 8,1 km/l na cidade e 10,8 km/l na estrada, com álcool. Com gasolina, esses números sobem respectivamente para 12,0 km/l e 16,1 km/l.
Desci do Essence 1.6 e subi no Essence 1.8, para experimentar não apenas o novo motor, mas também a transmissão automatizada Dualogic, que chegou ao modelo. Como já escrevi aqui, o motor 1.8 nasceu a partir do 1.6. E ambos são uma modificação do 1.6 Tritec, que era produzido na fábrica de Campo Largo, no Paraná, para equipar Mini e PT Cruiser. Só para relembrar, a Tritec era uma joint venture entre a Chrysler e a BMW. Entre 2000 e 2007, ela produziu 1 milhão de motores. Em 2008, a FPT adquiriu as instalações no Paraná e o direito sobre os motores. Mas, de acordo com João Irineu Medeiros, diretor de engenharia da empresa, “70% do motor é novo”. Isso inclui pistões, bielas, bloco, virabrequim, coletor de admissão, volante do motor, injeção, bicos injetores, etc. A maior diferença é que esses motores originalmente só funcionavam com gasolina.
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A transformação para flex exigiu muitas alterações. Além disso, algumas medidas foram adotadas para reduzir vibrações e nível de ruído. O virabrequim com oito contrapesos foi uma das providências tomadas, para deixar o conjunto mais balanceado e menos sujeito a vibrações. O trem de válvulas é roletado. No lugar da correia de transmissão, o E.torQ emprega corrente interna, eliminando a manutenção, por ser muito mais resistente.
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Aquela leve fraqueza abaixo de 2.000 rpm, notada no 1.6, desapareceu quando saí com o 1.8. O motor de 132 cv com álcool (130 com gasolina) mostra fôlego mesmo em baixa rotação, resultado direto do torque mais exuberante (18,9 kgfm com álcool e 18,4 com gasolina). Apesar de o pico aparecer a 4.500 rpm, a curva quase plana garante fornecimento de bastante força em qualquer faixa de giro. A Fiat garante que este é o 1.8 de maior torque do mercado. Se o 1.6 já havia agradado, o 1.8 foi ainda mais convincente. A performance satisfaz, e o nível de ruído também é baixo.
Outra boa novidade reservada pelo 1.8 foi o câmbio Dualogic, dessa vez com funcionamento bem mais suave. Em comparação com o Linea, por exemplo, o Punto com transmissão robotizada ficou bem melhor de dirigir. Praticamente não há aquelas “cabeçadas” nas trocas de marcha. De acordo com Irineu Medeiros, a oferta de torque e a curva mais plana favoreceram a calibração do sistema.
 Na prática, o comportamento do Punto ficou muito parecido com o do Polo I-Motion, conhecido pela suavidade nas trocas. A Fiat divulga 0 a 100 km/h em 9,8 s e máxima de 191 km/h (álcool) para o Punto 1.8 16V. O consumo declarado é de 7,8 km/l na cidade e 10,6 km/l na estrada, com álcool. Com gasolina, a empresa declara respectivamente 11,8 km/l e 15,9 km/l.

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