Em outras palavras, isso significa que restam pouco mais de três semanas para adquirir um automóvel zero-quilômetro com 11% a menos no valor, em média, comparado ao que era praticado em 2008, segundo dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). “Hoje o momento é favorável. No mês que vem já é uma incógnita”, afirma Pedro Colares, gerente comercial da Niponsul, concessionária Honda em Curitiba. Na revenda, o Civic 1.8 LXS mecânico custa R$ 64,3 mil. Com a volta do imposto anterior, subiria para R$ 67,7 mil. Já o Novo Fit 1.4 LX mecânico passaria dos atuais R$ 51,8 mil para R$ 54,5 mil.
Descontos generosos
A redução do IPI, agregada ao bônus de fábrica, não só recuperou as vendas de automóveis novos no país como fez os preços de alguns modelos despencarem. Na Ford, é possível comprar um Focus 1.6 flex com a “cara” antiga do hatch médio por R$ 39,9 mil. O valor pré-crise do modelo ficava em R$ 46 mil. Essa diferença também contabiliza a chegada do Novo Focus 1.6. Ainda na linha Ford, o sedã Fusion, que sofreu um facelift nos Estados Unidos e virá em breve ao Brasil, tem suas últimas unidades sendo “queimadas” por R$ 69 mil, cerca de R$ 15 mil mais barato do que em 2008. Na Fiat, o Stilo 1.8 custa R$ 47,9 mil, o mesmo valor de dois anos atrás. Já o Hyundai Tucson 2.0 GL viu seu preço cair de R$ 79,9 mil para R$ 69,9 mil.Seminovos
Para o vendedor Everton Alves, da CCV, revenda Chevrolet em Curitiba, o IPI menor trouxe outra vantagem que é a queda na diferença de preço entre alguns veículos zero e o seus respectivos seminovos. É o caso do Prisma 1.4 Joy. O sedã sai por R$ 28,9 mil, enquanto o modelo 08/08 custa em média R$ 26,5 mil. “O Prisma foi um dos que mais ‘sentiram’ a redução do imposto na Chevrolet”, diz.
Além do IPI, outros fatores resultaram na diminuição do preço no segmento zero-quilômetro: a redução dos juros, o aumento da oferta do crédito e dos descontos de fábrica (bônus) oferecidos por montadoras e revendas. Na opinião de Pedro Real, gerente de Novos da Barigui Veículos, concessionária Fiat na capital, essa política deve se manter mesmo após o fim do IPI reduzido. O funcionário vai além e diz acreditar que a volta da alíquota anterior será gradativa. “Acho que não se pode assustar o consumidor. Diante dos resultados obtidos nos últimos meses, o governo irá alterar paulatinamente. Caso contrário, o cliente vai achar que não é hora de comprar mais”, salienta.
Até o dia 31 de março, os veículos 1.0 estão isentos da taxa de 7% do IPI, enquanto os modelos equipados com motorização de 1 a 2 litros tiveram seus tributos cortados pela metade – de 13% para 6,5% para os carros a gasolina e de 11% para 5,5% para modelos flex.